Aline De Martin


CRÔNICA
abril 22, 2008, 1:43 pm
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Papéis Invertidos

Pode parecer loucura, coisa de doido mesmo, mas até agora não resolvi o tema que vou escrever. Passei um final de semana inteiro e nada. Ontem à noite conversando com uma colega na Internet sobre esse meu “bloqueio” de escrever crônica, ela me deu uma dica: falou para eu pensar em qualquer coisa, qualquer assunto, e então começasse a escrever um crítica sobre isto: uma colega havia pensado em tecnologia, a outra em bactérias e ela, em Realidade Brasileira e Regional, que por sinal fez uma crônica magnífica, daquelas dignas de dar inveja. Bem que gostaria de escrever algo tão fantástico como o que li, mas sequer consigo decidir o assunto da minha crônica.

Pensando bem, há um assunto que não sai da minha cabeça desde domingo, quando vi no Fantástico a história de uma garotinha de apenas 5 anos de idade, chamada Isabella Oliveir Nardoni, que havia sido arremessada pela janela do 6º andar do prédio em que o pai mora. A polícia ainda não tem provas concretas de quem cometeu tal barbaridade. Porém, se tomarmos como base o discurso que está sendo feito pelos meios de comunicação os principais acusados até agora seriam o próprio pai da garota, o consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni, 29, e a madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá, 23, que é mãe dos irmãos da vítima.

Como sabemos, até que se prove o contrário, todo mundo é inocente. Porém, não é bem isso que acontece quando a mídia a passa a “transitar” no assunto. À proporção que o caso vem tomando nos meios de comunicação já é tão grande que o pai da menina e a madrasta já estão sendo colocados como os verdadeiros culpados do crime. A imagem do casal já está tão abalada que ambos estão sendo vistos como monstros sem ao menos terem sido julgados pelo ato.

O poder e a força da mídia são tamanhas que ela se vê no direito de se apropiar de funções que não são suas. Eu fico me perguntando qual o direito que a mídia tem de criar imagens como essas? De criar esteriótipos como este? De condenar quem ainda nem foi ao menos julgado? Pelo que sei, a função da mídia é informar e não julgar e condenar. Quem detêm o poder de julgar e condenar alguém é a Justiça e não os meios de comunicação. Me pergunto mais uma vez como será a vida do pai e da madrasta desta garotinha depois de terem tido suas imagens tão destruída, mesmo se forem considerados inocentes. Mesmo que a mídia prove o contrário;que mostre que o casal é inocente a honra e a moral de cada um deles já foi destruída e quanto a isso não há retaliação, não há conserto que resolva o problema.

 

[Esse texto já era para estar aqui a um tempinho…a quase um mês rs, culpem a prof pelo atraso da postagem rsrs]


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Olá Aline, Este é o melhor. Parabéns! Sandra Sato

Comentário por Sandra Sato




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